A fruticultura irrigada, setor que movimenta a economia da região Oeste potiguar e garante exportações para diversos países, virou motivo de uma disputa política entre Mossoró e Baraúna. Tanto o prefeito Allyson Bezerra (União Brasil) quanto a prefeita Divanize Oliveira (PSD) querem garantir para seus municípios o título de protagonistas na produção de frutas que chegam à Europa.
Durante a EXPOFRUIT 2025, realizada em Mossoró, Allyson Bezerra destacou a força da cadeia produtiva local e não escondeu o orgulho ao afirmar que o melão exportado tem a marca da cidade. “Tenho muito orgulho em saber que o melão que chega na Europa é de Mossoró”, declarou o prefeito em entrevista, ressaltando ainda que a gestão municipal destinou R$ 100 mil em patrocínio para a realização do evento.
Já a prefeita de Baraúna decidiu não ficar para trás. Ela montou um stand próprio na feira, levou frutas produzidas no município e apresentou a diversidade da produção local. A equipe de Divanize Oliveira ainda distribuiu bonés com a frase “A fruta que chega na sua mesa é de Baraúna”. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Divanize aparece ao lado da governadora Fátima Bezerra, usando o acessório e reforçando, em tom desafiador, que a fruta é de Baraúna também.
Apesar do esforço, a balança do prestígio parece pender mais para Mossoró. Enquanto Allyson Bezerra aposta na divulgação e no investimento em grandes eventos para valorizar os produtores e empresas locais, Baraúna ainda não possui uma feira ou iniciativa municipal voltada exclusivamente para impulsionar a fruticultura.
Nos bastidores, produtores reconhecem que as duas cidades têm forte participação no setor, com grande variedade de frutas cultivadas. Mas, quando se fala em exportação, principalmente do melão, Mossoró acaba levando os créditos.
O embate político entre os gestores traz à tona uma questão antiga: quem, afinal, deve receber a fama pelas frutas que chegam à mesa dos brasileiros e aos mercados internacionais — Mossoró ou Baraúna?
