Nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (12), a Polícia Civil do Rio Grande do Norte deflagrou a Operação Lockout, uma das maiores já realizadas na região. A operação ocorreu simultaneamente em Baraúna, Mossoró, Tibau e Caraúbas, e foi coordenada pelo Núcleo de Investigação Qualificada (NIQ) — setor recém-criado para atuar em investigações complexas e de alta relevância criminal.
A ação também contou com o apoio da Polícia Militar, que reforçou o cerco e participou do cumprimento de mandados.
Mais de 100 policiais civis foram mobilizados, reforçando a dimensão da operação, que teve como alvo a desarticulação de uma facção responsável por crimes como tráfico de drogas, porte ilegal de armas e disputas territoriais na região Oeste potiguar.
Em Baraúna, as equipes cumpriram mandados que resultaram na prisão de um empresário do ramo de venda de celulares e de uma mulher. Ambos foram detidos durante o cumprimento das buscas e conduzidos à Delegacia de Plantão em Mossoró, onde foram apresentados à autoridade policial.
Ao todo, a Operação Lockout cumpriu 10 mandados de prisão preventiva contra suspeitos identificados como integrantes ou colaboradores diretos da facção investigada. Além disso, 19 mandados de busca e apreensão foram executados em endereços apontados como pontos de armazenagem de drogas, armas e documentos estratégicos para o grupo.
Durante as buscas, uma pessoa também foi presa em flagrante por tráfico de drogas, reforçando indícios de que o grupo mantinha atividades ilícitas constantes na região.
O delegado Alex Vagner, um dos responsáveis pelo planejamento da operação, explicou que o objetivo central é enfraquecer núcleos internos de facções que tentam expandir presença no interior do RN. Ele destacou que a disputa silenciosa entre grupos locais e facções de atuação nacional tem sido determinante para o aumento de homicídios e ataques registrados nos últimos meses em Mossoró e cidades vizinhas.
Segundo o delegado, essa disputa não ocorre apenas em confrontos armados, mas também através de cobranças, ameaças, expulsões de moradores e tentativas de domínio territorial — práticas que alimentam o ciclo de violência na região.

