COLUNA OPINIÃO – POR JACKSON DOUGLAS
Eleito pelo partido AVANTE no último pleito municipal em Baraúna, o vereador Davi de Socorro chegou à Câmara com a expectativa de representar a voz da oposição. Em um cenário político marcado pelo domínio da base aliada da prefeita Divanize Oliveira, sua eleição foi vista como uma chance de trazer equilíbrio ao debate público e fiscalizar com firmeza a gestão municipal. Mas passados seis meses de mandato, resta a dúvida: Davi está cumprindo esse papel?
O que se vê, na prática, é um mandato apagado. Davi, que deveria ser um contraponto ativo ao governo, tem mantido uma postura tímida, pouco combativa, e nos últimos tempos tem até demonstrado sinais de aproximação com a própria gestão que foi eleito para fiscalizar. Essa atitude tem gerado burburinhos tanto nos bastidores da política quanto nas rodas de conversa da população: estaria Davi de Socorro abandonando sua postura de oposição?
A questão ganha ainda mais peso quando se lembra que Davi foi eleito com forte apoio de seu irmão, Luciano Testinha, um crítico declarado da atual prefeita. Durante a campanha, Testinha foi peça-chave na para o sucesso de Davi. Será que Testinha tem aprovado a postura do irmão?
Outro ponto relevante, é que após o pleito eleitoral, o grupo de Divanize/Ivanilson entrou na justiça com um pedido de cassação contra o vereador Davi, na intenção tirar dele o mandato de vereador. Teria Davi esquecido dessa ação judicial idelizada pelos Oliveiras?
Com o pleito de 2026 se aproximando, surge mais uma pergunta incômoda: será que Davi está se realinhando politicamente de olho no próximo cenário eleitoral? Estaria deixando de lado o compromisso com o eleitorado que o escolheu justamente por representar uma alternativa à atual gestão?
A população de Baraúna tem o direito de saber: o vereador Davi de Socorro vai continuar passivo enquanto a cidade clama por uma voz ativa na Câmara? Vai levantar de fato a bandeira da oposição e cobrar a gestão com a energia que se espera? Ou seguirá nesse caminho entre sorrisos e silêncio, enquanto os interesses da cidade ficam em segundo plano?
A política exige posicionamento. E quem se cala diante do poder, muitas vezes, acaba engolido por ele. Fica a reflexão.